"Não é o quanto fazemos, mas quanto Amor colocamos naquilo que fazemos."
Chico-Chorão
Chico-Chorão

Chico-Chorão

Quando Chico-Chorão fez um ano, não houve festa. (A família riu-se e franziu a testa.) O segundo ano, o terceiro e o quarto foram propositadamente esquecidos. E o quinto, sexto e sétimo, nem sequer referidos. Mas eis que Chico-Chorão completou os oito…

Desde a publicação de “O que está lá fora” em 1981, Maurice Sendak não fez mais nenhum outro livro de sua completa autoria até 2011, ano em que surgiu “Chico-Chorão”, que seria a sua última obra ainda em vida. Durante esses 30 anos dedicou-se a ilustrar textos de outros autores – desde os Grimm até Ruth Krauss, passando por Herman Melville, um dos seus preferidos – e a desenhar cenários para espetáculos de ópera e dança. “Chico-Chorão” é outro dos seus álbuns irreverentes ou ‘selvagens’, como os classifica a investigadora Mónica Klibanski. Narra as peripécias de um porquinho que, já com nove anos, vai celebrar pela primeira vez o seu aniversário. A tia surpreende-o com um bolo e oferece-lhe um disfarce, mas, por sua iniciativa, Chico-Chorão decide organizar uma grande festa sem o seu conhecimento. O concorrido evento transforma-se aos poucos numa desmedida e caótica festança, que será prematuramente interrompida pela tia furiosa. Mantendo a rima do texto original, a deliciosa tradução de Carla Maia de Almeida envolve-nos numa trepidante narrativa, tão ágil quanto disparatada. Das ilustrações, destaca-se o colorido e o seu estilo grotesco, com personagens caricaturizadas e excessivas na sua expressividade.

Tal como em “Onde vivem os monstros”, à medida que o ritmo e a intensidade da história aumentam, maior vai sendo o espaço que as imagens ocupam nas páginas, até à sua quase saturação, quando do clímax da festa. Os balões com diálogos, os cartazes e os objetos com mensagens divertidas, são recursos que Sendak vai buscar à banda desenhada e que, conjuntamente com os jogos tipográficos, formam um álbum de grande riqueza visual e linguística; uma sátira protagonizada por porcos personificados que assumem diferentes papéis, em mais uma aposta do autor em contribuir para a crítica à superproteção da infância.

■ Temática: uma (caótica) festa de aniversário.

■ Idade recomendada: a partir dos 4 anos.

■ Aspetos a destacar: do autor e ilustrador de “Ursos”, da trilogia “Onde vivem os monstros”, “Na cozinha de noite” e “O que está lá fora”; Ilustrador da série “Urso Pequeno”; texto rimado; ilustrações coloridas, diagramação espacial.

Encadernado em capa dura. 28 x 21,5 cm. 40 pág. 
ISBN 978-989-749-048-4. Livros para sonhar.